18 de junho de 2010

distância.

e me confunde, essa distância de um passo. folgado esse compasso, milimetrando a vida, o espaço. cada centímetro, cada caminho, cada medida. todos unidos por um certo laço. apertado abraço, o gostinho salgado que quebra o amargo do doce pedaço. meu choro curado pelo resto de cigarro aceso, que agora apago. o traço do início do recado que lhe daria de presente, não satisfaço! e pelo grito sufucado do silêncio que faço, a velha folha traçada eu amasso e, de novo então, começo do começo. as palavras que me fogem os neurônios, eu caço e as marcas da distância, atravesso. o labirinto dos fonemas que agora enlaço, meu cantinho, meu momento no terraço, ilude a coragem dessa mente do pensar escasso. na folha de papel almaço vejo os ruídos do meu pensamento, deletados passo a passo. sinto o cheiro de queimado das faíscas que machucam meu cansaço. logo me debruço no traço do laço. as ideias, despedaço. e assim confesso: esse é um vício que já não mais disfarço.

texto e foto por: Lorena Caldas