8 de junho de 2011

conjugações.

 
e eu, boba, bebia doses de ingenuidade enquanto sonhava acordada. mania torturante, essa minha, de me apegar tão facilmente. os sonhos trancados no travesseiro - aquele ali mesmo, com a fronha amarrotada. disfarçava, com plural, essa minha singularidade. os músculos que se exercitavam num sorriso, hoje seguram os gritos assustados de surpresa e decepção. não vejo mais aqueles momentos, que eu chamava de esperança, sentados na cadeira ao lado. me dei conta de que te esquecer e seguir em frente não era mais uma opção - dentre várias outras. cá entre nós, obrigação nunca foi meu idioma preferido. e essa tal de 'hora certa' que não chega? presa n'um engarrafamento de ilusões. vi que a vida continua, sempre gritando suas conjugações. aprendi, na prática, que viver é um verbo intransitivo, bobeira minha esperar por complementos.

texto por: Lorena Caldas

3 comentários:

  1. Você é bastante intensa! Gostei de teus textos...
    Parabéns!

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  2. E as vezes essa coisa de ser sujeito cansa. Dá vontade de se deixar levar, de ser apenas objeto.

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  3. Perfeito , perfeito , perfeito!
    Poucos textos me fazem ficar de boca aberta com o seu. E poucos me deixam se palavras!

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